Ache o Pequeno Príncipe.
- Maria Clara Castro
- Jan 27, 2021
- 2 min read

Em Máquina de Fazer Espanhóis, o escritor Valter Hugo diz que “deixar um livro cheio de poemas que fiquem para sempre a comunicar com quem lhes pegue, é como deixar uma voz amiga a toda gente”. Gosto de pensar em meus textos como uma voz amiga para conversar com outras pessoas. O texto de hoje não é para ou sobre alguém específico, não tem endereço; trata-se de um texto para aqueles que perderam o Pequeno Príncipe.
Eis o texto:
Dói.
Dói você ser assim. Racional, prático demais. “Qual é a finalidade?” é o seu maior questionamento e por você tudo bem. Não tem nada bem, pelo menos nisso. Parece que sua vida não tem mágica, brilho, loucuras, parece que “tudo” se resume à praticidade e o que tem de “romântico” é, na verdade, um clichê. Você esqueceu de perceber os detalhes ou talvez nunca os tenha dado devida atenção. Me pergunto se você sempre foi assim, se você já dançou essa música que eu danço enquanto vivo. Se sim, o que te fez parar? Foi a falta de ritmo? Ó coração, venha cá, eu te ensino, dois pra cá, dois pra lá. Só sei que sinceramente dói ver que você é assim, porque eu quero te mudar ou pelo menos adicionar um pouco de brilho a sua vida. Cadê aquela criança que sonhava com o mundo? Você tinha o Pequeno Príncipe em você, cadê ele? A cobra comeu? Sim? Demandamos que a regurgite já! Porque dói. Dói ver você assim, racional, prático demais... Volte a ser quem era ou até mesmo aquele alguém que nunca conheci. Só, por favor, volte. Estamos bailando sozinhas a cada passo mais longe de você. Vamos, ande logo, ache o Pequeno Príncipe. Porque dói. Dói ver você assim, dói você ser assim.
Dói.
Curto, quase que um lembrete, espero que esse texto tenha o provocado de certa forma. Até breve!
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